Monday, August 07, 2006

Miss

Miss
(Por Alex Coelho, diretor de arte & Tomás Seferin, audio designer)

para ver:

para ouvir:
miss
ou
miss (xtended ghost voices mix)

Saturday, August 05, 2006

Seth De Agosto

Nao me atrelando apenas as novidades, assim prossegue minha coluna de agosto:


REVIEWS


Triosk - The Headlight Serenade (CD)
[The Leaf Label]

Triosk - VisionsIV

Formado em 2001 , esse trio australiano realmente me pegou de jeito.

À algumas semanas atras, vasculhando as profundezas do bleep.com, me deparei com The Headlight Serenade, a capa de tao intrigante me convidou a escutar as faixas, mesmo sem saber do q c tratava ja q eu nunca tinha ouvido falar na banda e de inicio nao me dei conta q a label era a mesma q lanca Murcof, Manitoba entre outros bons produtores de modern electronica.


Bom, nao precisei ouvir mais q 3 faixas para saber q valhia a pena comprar o disco inteiro, comprei-o. E q disco. No discogs, denominam o som deles de future jazz. E quem sou eu para discordar, mas o estilo nao importa, oq importa eh a qualidade e a versatilidade desse release. Hj ja tendo ouvido o disco umas 467 vezes, percebo quantas influencias me vem a cabeca, eu penso em post rock, em minimal, em idm .. q maravilha isso , fico emocionado em perceber nas nuances desse som delicado porem insolito o quando esses caras sao "open minded".

Basicamente o som deles eh o seguinte, imagine 3 grandes musicos (batera, baixo e teclas)ensaiando e improvisando com o gravador ligado , ai um deles pega o material, edita, picota e mixa tudo dando uma roupagem absolutamente contemporanea e porque nao vanguardista, afinal eh o jazz do futuro neh? Alem dos demais artistas da Leaf, o Triosk q ja lancou tambem pela alema Scape (Jan Jelinek) me lembra artistas como Mogwai, Boom Bip, Four Tet, Marc Leclair e até Autechre, pasmem. Confesso q eh muito gostoso pensar em autechre ouvindo 3 caras tocando jazz. (Claro q com uma pequena ajuda do mix q tem alguns "special idmish effects").

O q realmente faz desse disco uma obra prima nao eh a sonoridade, nem o conceito, nem a virtuose, eh simplesmente o bom gosto. Em tempos nada prosperos para a industria fonografica, nao eh nada mal adquirir um disco sem falhas e sem trax ruins. NOTA 10.



e por falar em marc leclair...


Marc Leclair - Musique Pour 3 Femmes Enceintes (CD)
[Mutek Rec]

marc leclair - 33e jour

Vulgo Akufen, Marc eh sem duvida um dos melhores e talvez na minha opiniao, o melhor produtor de minimal da atualidade. Alias..desde 2002 quando ele lanco o disco My Way, q eu nao ouco ninguem produzir/mixar esse genero como ele. Porem, nao eh de agora q ele ja nao demonstra mais muito interesse nas pistas de danca c eh q ja teve algum realmente. hehe

Musique Pour 3 Femmes Enceintes eh seu mais recente LP, lancado porem em 2005. Como ja era de se esperar, eh um disco conceitual, desprovido de qualquer tipo de apelo aos djs , as pistas, a midia, ao estilo ou a quem quer q seja a nao ser as 3 mulheres gravidas q alias..quem seriam? =)))))))

O q esperar? O mestre do picote em sua melhor performance, dando mais enfase as ambiencias, texturas e climas densos, eh um disco introspectivo e espacial, para se ouvir deitado ou no carro.
Apesar de conter algumas verdadeiras perolas, "Musique.." nao chega a ser um candidato a classico, faltando talvez um pouco mais de inspiracao de seu criador para com o todo. Mas Akufen eh Akufen! NOTA 8,5.


Swayzak - Route De La Slack: Remixes & Rarities (2XCD)
[Studio !K7]

slam - human (swayzaks big smoke rework)


Duo ingles, famoso no circuito "electro/minimal" ja algum tempo, o Swayzak acaba de lancar uma coletania dupla de remixes e trax ineditas. O ponto alto do release eh sem duvida os remixes. Alguns sao impressionantemente deliciosos de ouvir e dancar, meus favoritos sao o remix para o Senor Coconut, o remix para Slam, e o para Tic Toc de Will Saul. No cd de raridades tem algumas boas, gosto da Easy My Mind e Slave To The Hard Drive.

O estilo eh Swayzak, c vc conhece sabe, c vc nao conhece, eh um bom release para saber.
Electro disfarcado de minimal ou o inverso seria minha definicao para o som deles. Eh cool!
NOTA 8.

alias, falando em Swayzak, eles estarao se apresentando no Motomix de setembro, em Sao Paulo, eu vou!

Friday, August 04, 2006

Thursday, August 03, 2006









by XTC:

O grande sucesso de Ultraman e Ultra Seven no Japão desencadeou uma série de imitações em seu país, quase nenhuma capaz de arranhar a popularidade dos originais. Uma dessas produções, porém, feita no início da década de 1970, conseguiu não só rivalizar com os Ultras clássicos como também obteve algum sucesso nos Estados Unidos, França e Brasil, onde foi reprisado até meados da década de 1990 pelo SBT.

Produzido com parcos recursos pelo estúdio P-Productions, a saga de Spectreman iniciou no Japão uma verdadeira mania por monstros, revigorando o gênero. Um herói humano, com fraquezas e constante rebeldia, inimigos carismáticos e histórias criativas fizeram a fama de um dos mais famosos "clones" do Ultraman. Os "defeitos especiais" da produção também eram marcantes: maquetes capengas com fios de sustentação ainda mais visíveis do que de costume, raios desenhados em cenas congeladas, monstros em stop motion desajeitado e explosões pífias, fora os trajes de acabamento quase amador. Tudo muito tosco e divertido, num enredo que misturava humor (voluntário e às vezes nem tanto), drama e algumas vagas mensagens ecológicas.

No centro de tudo isso, a grande atração era sem dúvida o maligno Dr. Gori. Egocêntrico, histérico, megalomaníaco e cheio de tiques nervosos, o estiloso macaco loiro e seu fiel assistente Karas foram criados graças ao sucesso mundial de O planeta dos macacos.

Além de Gori, os monstros eram outra grande marca do programa. Ao longo da série, apareceu um rato voador gigante bípede e com duas cabeças, um monstro com cabeça de semáforo e ganchos no lugar das mãos, uma barata gigante, uma baleia cachalote voadora e até uma cópia maligna do herói, entre outras ameaças memoráveis.

"DOMINANTES, ÀS ORDENS!"

Com esse bordão, o pacato Kenji (Jooji Gamou, no original) transformava-se no poderoso andróide de batalha Spectreman e partia para enfrentar os monstros que ameaçavam o Japão. Capaz de se tornar um gigante e voar, utilizava uma infinidade de golpes e raios, sendo o principal deles o Spectro-Flash.

O enredo mostrava o herói vivendo oculto na Terra a mando dos Dominantes de Nebula 71 para alertar a humanidade sobre os riscos da destruição do meio ambiente. Disfarçado de humano, ele se juntou ao Grupo Anti-poluição, uma equipe de pesquisadores e ativistas ambientais.

A chegada de Spectreman coincidiu com o primeiro ataque do Dr. Gori, um fugitivo espacial que almejava conquistar a humanidade junto com seu assistente Karas, um homem-gorila tão forte quanto cretino. Gori criou monstros que se alimentavam de lixo e fez sucessivos ataques contra o Japão, um país que sofre com a poluição desenfreada de suas indústrias. O discurso ambiental, no entanto, não passava de um detalhe, pois o que interessava aqui era ver monstros levando uma boa surra do herói.

Ao longo dos episódios, o Grupo Anti-poluição deixou as pesquisas de lado e começou a usar armas avançadas para ajudar Spectreman, tornando-se o Grupo Anti-monstros. Ficou uma imitação meio capenga de equipes estilo Esquadrão Ultra (de Ultra Seven) mas, sem dúvida, a mudança deixou os episódios mais movimentados.

A série possui muitos capítulos antológicos (quase todos em duas partes), com destaque no aspecto humano das histórias, o que era bem característico nos heróis da P-Productions. Em um dos mais interessantes, o boa-praça e mercenário espacial Meteoro desafiou Spectreman para um duelo estilo caubói, a fim de saber quem era capaz de disparar mais rápido seu raio mortal. Porém, a amizade de Meteoro por um garoto fez o honrado lutador tomar uma decisão inesperada no confronto. Em outra aventura, um patético lixeiro foi transformado por Gori num monstro comedor de lixo que assustava sua própria família. Em pânico, a grotesca criatura tentou se matar, numa cena tão constrangedora que ficou bacana de tão trash. E, bizarrice suprema, em um aventura, Karas colocou óculos escuros, chapéu e poncho de mexicano e entrou numa discoteca. A seqüência é um verdadeiro delírio de pancadaria psicodélica.

Alguns momentos, porém, tinham ênfase no drama, como o arrepiante (se você tiver menos de dez anos, claro) episódio duplo Operação genocídio, com mortes em profusão e o heróico sacrifício de um garoto sensitivo no final. Em outro arco duplo de histórias, Gori saiu de cena para o confronto de Spectreman com o vampiro espacial Vordalak, em aventura digna do clássico Ultra Seven.

O final da série mostrava o herói partindo de volta para seu lar, depois de perder o poder de se reverter para a forma humana, vencer Karas e presenciar o suicídio do Dr. Gori. Os camaradas de equipe, vendo-o partir, revelaram que já sabiam da sua identidade secreta. E foi assim, de modo bem melancólico, que o programa terminou, deixando de lado os alívios cômicos e assumindo aquele senso de melodrama que tanto caracterizava os aventureiros japoneses clássicos.

Competindo diretamente com a super-produção (para os padrões da época) O regresso de Ultraman e com o inovador homem-gafanhoto Kamen Rider, a produtora apostava no clima das histórias para manter a audiência. E conseguiu, pois Spectreman chegou a 63 episódios, uma excelente e poucas vezes alcançada marca para um seriado do gênero.

ATERRISSANDO NO BRASIL

No Brasil, pouco mais de cinqüenta episódios foram exibidos, sendo que a maior parte dos inéditos fazia parte da segunda metade do programa. Exibido inicialmente à noite na TV Record no início da década de 1980, a série logo migrou para o SBT, onde ganhou enorme popularidade.

A dublagem, feita nos estúdios da TVS (que era também o nome original do SBT), era recheada de vozes marcantes, como Carlos Seidl (Dr. Gori) e Potiguara Lopes (Karas), os populares Seu Madruga e Prof. Girafales do Chaves. Porém, a edição de áudio era péssima, parecendo que as vozes saíam de dentro de uma cabine.

No Brasil, a série ainda ganhou uma versão em quadrinhos na Editora Bloch desenhada por Eduardo Vetillo, que teve um grande destaque como desenhista dos Trapalhões. Com o nome do herói mudado de Kenji para Kenzo, e com o traje em tons de azul e com design diferente do original, o gibi parecia até uma produção pirata.

Com todas suas virtudes e deliciosos defeitos, Spectreman é uma série cult como poucas. E, preparando o terreno para cada um de seus divertidos episódios, uma sóbria locução alertava os telespectadores, mais ou menos assim:

"Planeta: Terra. Cidade: Tóquio. Como todas as metrópoles do planeta, Tóquio se acha hoje em desvantagem em sua luta contra o maior inimigo do homem: a poluição. E apesar dos esforços de todo o mundo, pode chegar o dia em que a terra, o ar e as águas venham a se tornar letais para toda e qualquer forma de vida. Quem poderá intervir? ssssssssssssssSpectreman man man man!!!"

CURIOSIDADES

No início, o personagem-título da série era o vilão Dr. Gori. Somente na terceira fase, o título definitivo foi adotado, conforme aparece na ficha técnica.
O estúdio P-Productions foi o mesmo que realizou as duas séries em live-action Lion Man (exibidas na extinta TV Manchete) e o clássico Vingador do Espaço (TV Record), baseado em mangá de Osamu Tezuka.
A versão em mangá foi desenhada pelo próprio criador Souji Ushio, onde ele assinou com o pseudônimo de Daiji Kazumine. No total, rendeu nove volumes encadernados.
A roupa de Spectreman era usada pelo dublê Koji Uenishi, que já havia trabalhado em Ultra Seven. Seu físico atarracado e os grandes capacetes que tinha que usar sempre deixavam seus personagens meio cabeçudos. :-)
Foi nos Estados Unidos que o nome foi alterado de Spectroman para Spectreman e o seriado ganhou sua estilosa música-tema. A melodia original foi mantida na trilha instrumental, especialmente em cenas de batalha.
O ator Tetsuo Narikawa é mestre de karatê, fato que não foi explorado na série.
Ficha técnica

Títulos originais: Uchuu Enjin Gori (Homem-Macaco Espacial Gori/ episódios de 1 a 20), Uchuu Enjin Gori x Spectroman (episódios de 21 a 39) e Spectroman (episódios de 40 a 63)

Estréia no Japão: 02/01/1971 (TV Fuji)

Número de episódios: 63

Criação: Souji Ushio
Roteiro: Susumu Takaku, Masaki Tsuji e outros
Trilha sonora: Kunio Miyauchi e Naohiko Terashima
Direção: Koichi Ishiguro, Keinosuke Tsuchiya e outros
Produção: P-Productions
Emissoras no Brasil: TV Record e SBT
Versão brasileira e dublagem: TVS

Elenco:
Tetsuo Narikawa (Kenji), Tohru Ohira (Chefe Kurata), Takamitsu Watanabe (Kato), Kazuo Arai (Ota), Koji Ozaki (Wada), Machiko Konishi (Minnie), Yoko Shin (Tieko) e Taeko Sakurai (Kimie).

Catedral Rosa



"Catedral Rosa é uma intervenção urbana que se situa no âmbito do terrorismo cultural. Ela se consistiu em modificar a iluminação da Catedral de Brasília através de interferências realizadas diretamente nos refletores do monumento.
A Catedral foi pintada no dia 28 de junho de 2006, quarta-feira, aproximadamente as 18:40h. O monumento católico pintado de rosa no dia do orgulho gay é um atentado que traz em seu bojo questionamentos sobre valores pré-estabelecidos num ato transgressor que descaracteriza a conduta artificial vigente.
O feitio translúcido que tanto sugere como se afirma característico desta intervenção, tem como fator principal bulir (mesmo!) com todas as questões morais, éticas, estéticas, históricas, sociais e culturais de maneira sutil e poética sem danificar a estrutura física do monumento.
Este vídeo trata-se do registro da intervenção. Sua reprodução é para que as pessoas não-presentes ali naquele momento possam participar de toda a ação e contemplar o processo de transcoloração do monumento. Para que percebam que pintar o concreto modernista foi fácil, e que o difícil é pintar a rigidez e a apatia dos valores e espíritos dos cidadãos contemporâneos.
Portanto, não sejamos incrédulos portadores de pouca fé que se diminuem ante a própria covardia! "Informemo-nos"! Tornemos a "Catedral Rosa" de múltipla autoria, porque é! Convoquemos a todos assumi-la! Convoquemos também a fazerem seus atentados, pois quando os fizerem, diremos que fomos nós! Assim, seremos muito mais."

anônimo